quinta-feira, 6 de março de 2008

Eles "andem" aí

Faz hoje, aproximadamente, um dia que tive a revelação de que nós não estamos sozinhos neste mundo. Neste momento posso garantir exactamente isso, uma vez que, assim por alto consigo contar 20 pessoas ao pé de mim. Mas não são das pessoas que queria falar, mas sim "deles"...."aqueles"..."os outros"..."eles"..."andem"..."aí"

tuu, tuuu ru ru ru ruuuuuu
(Para ser lido ao som do genérico dos X-Files)

Voltando ao início.

Estava eu a estacionar, depois de um dia de trabalho, a pensar num belo banho quente, xixi e cama, quando de repente todas as luzes se apagaram, achei muito estranho, eram mais ou menos umas 13:00. Olho de soslaio para todos os lados e não vejo vivalma, pego na lanterna que tinha no porta-luvas e saio do carro. Com o coração a bater desenfreadamente, avisto a tasca....estava fechada. Na porta tinha um papel – "Volto já".


tuu, tuuu ru ru ru ruuuuuu

Entro em pânico. Estava a contar com a sandes de coirato com pêlo e a mini antes de entrar em casa.Decido correr o risco de atravessar a rua para ir à roulote em frente comer um cachorro quente. Espero pacientemente na passagem de peões que o sinal verde abra. Após 15 minutos à espera, não vejo vivalma. O sinal não abriu, por isso atravessei com o amarelo o mais rapidamente que as minhas pernas mo permitiram. Pouso as minhas canadianas no balcão e grito
– "É UM CACHORRO PARA LEVAR".
Aparece-me uma senhora entre os 20 e 21, muito parecida com o vocalista dos Gogol Bordello. Faz-me na hora, em 10 minutos, um cachorro especial. Após pagar a quantia por ela/ele pedida, fico a admirar o cachorro e as suas formas."Como te chamas?" – perguntei eu só para mim em voz baixa. Neste preciso momento uma pomba que ia a voar, decide adicionar um condimento extra ao meu cachorro. Olho para cima e vejo um clarão - era o Sol. Não sei quanto tempo se passou até voltar a recuperar a visão, mas foi seguramente alguns segundos. Esfreguei os olhos mais uma vez e quando vou dar a primeira dentada no cachorro, este tinha desaparecido.

tuu, tuuu ru ru ru ruuuuuu

Fiquei muito triste, estive tão pouco tempo com ele, nem sabia como se chamava. Olhei para todos os lados, mas não vi vivalma. Vou a correr para casa, triste, desapontado, lavado em lágrimas. Já nem tomei banho. Não precisava, já estava lavadinho. Deitei-me e tentei esquecer o assunto. No dia seguinte acordo e vejo na mesa-de-cabeceira uma prata com uma molhanga esbranquiçada e duas batatas fritas.
Estranho, que fará isto aqui?

tuu, tuuu ru ru ru ruuuuuu

Levanto-me de rompante, visto o roupão, escorrego num pão e dou uma cabeçada na cómoda.
Quando abro os olhos vejo uma salsicha a trepar pelos cortinados. Encho-me de coragem e pergunto.
- "Como te chamas?".
- "Vivalma"

tuu, tuuu ru ru ru ruuuuuu


Em homenagem a Vivalma
Nunca serás esquecido


Nota: Se já passaram por uma situação parecida e não têm a coragem de alertar as autoridades competentes, pelo menos protejam-se. Comprem um localizador terrestre de cachorros, podem encontra-lo aqui.

5 comentários:

Nuno Pina Pais disse...

Deixo-vos aqui mais uma dica para não perderem os vossos cachorros.

Vejam aqui

Anónimo disse...

demasiado louco para não ser verdade!...

Anónimo disse...

Fantástico...
:)
E agradeço desde já a dica que aqui deixaste, vou comprar 2.
Assim dou uma nota a cada um, mando-os há rua dar a voltinha e no caso de se atrasarem pelo menos já estarão contactáveis :p
Bjsss

Anónimo disse...

Phonix... sem querer fazer publicidade, tb já passas-te por isso?? no meu caso a salsicha entrou-me pelo (hahahahahhaha deixa-te de merdas) roupeiro adentro e comeu-me as traças todas, mais os bichinhos da ceda que tinha... nalves

Anónimo disse...

A tua historia não é estranha, mas não consigo lembrar-me de todos os pormenores como no teu caso... so sei que era uma bifana